Dica avançada: HSD1- A enzima ligada ao hormônio do estresse que faz o seu corpo acumular gorduras. – Parte 2

Continuando nossa busca pelo conhecimento…

Fala aí, tudo bem? Hoje vou dar continuidade sobre o tema que discuti contigo na primeira parte deste artigo falando um pouco mais sobre a HSD1 e como você pode minimizar a atividade desta enzima que contribui para você acumular mais gordural corporal. Tenho trabalhado bastante e perdi um pouco a noção do tempo, por isto, mil desculpas pela demora em trazer a continuação.

Bom, como vimos, a HSD1 funciona como um amplificador que aumenta a “percepção” intracelular ao cortisol fazendo com que isto seja um potente sinal para a célula acumular gorduras. Algumas pessoas podem ter esta atividade enzimática aumentada devido à sua própria genética e/ou também devido ao sobrepeso/obesidade em que se encontra seu próprio corpo.

Mais obesidade e gordura abdominal significa mais inflamação sistêmica. Mais inflamação sistêmica, mais cortisol liberado para conter a inflamação. Mais atividade da HSD1, mais conversão de cortisona em cortisol, mais exposição ao cortisol. Mais exposição ao cortisol, mais gordura acumulada na barriga, mais obesidade e gordura abdominal e segue o ciclo novamente…

Nota: Fazer musculação é anti-inflamatório pois devido ao processo de contração muscular, miocinas são liberadas na corrente sanguínea… Clique para saber mais.

estresse e gordura corporal

Mesmo alguém que consiga gerenciar bem seu estresse diário, ainda assim pode ter a atividade da HSD1 aumentada em seu corpo. Aqui a questão fica mais “complicada” pois estamos falando de níveis de estresse, exposição ao cortisol e quantidade de gordura abdominal, individuais. Ou seja, uma produção de cortisol intracelular individual que por sua vez determina uma quantidade de gordura estocada em ritmo também, individual, de pessoa para pessoa. Resumindo de uma forma mais simplificada: os níveis de cortisol dentro de cada célula individual determinam o seu risco de obesidade abdominal e por consequência também o seu risco aumentado de desenvolver diabetes, hipertensão e colesterol aumentado, a combinação que pode levar ao que chamamos de síndrome metabólica.

Os níveis de atividade da HSD1 determinam o quão rápido é convertido cortisona (forma inativa) em cortisol e sendo assim, mesmo que você excelentemente gerenciasse seu nível de estresse diário (e sendo assim, menos cortisol liberado para a corrente sanguínea) suas células continuariam a serem “expostas” a altos níveis de cortisol pois a atividade da HSD1 dentro da célula continuaria alta, devido à sua genética e a também a quantidade de obesidade abdominal que você possui. Ou seja, diminuir a barriga não é só uma questão estética mas sim de saúde! Ao mesmo tempo te dou maior apoio se você decidir que terá um abdômen sarado para o ano que vem! 😉 E isto vale para todas as idades em ambos os sexos…

Se por ventura você acha que não é possível, porque alguém que NÃO É treinador, nem professor, nem personal trainer, nem entende nada a respeito do assunto, e que fica falando blá blá blá na sua cabeça, lhe disse que não é possível para você, te convido a conhecer a senhora Ernestine Shepherd – clique aqui, atleta que entrou para o Guiness como a fisiculturista mais velha do mundo, somente 75 anos de idade! E dá uma olhadinha no físico dela… E ah! Começou a treinar aos 71 anos… Clique aqui.

A dica do seu personal trainer aqui é, se você tem o sonho, tem vontade, tem desejo de sentir mais saudável e bonito(a), você deve, proteger o seu sonho e parar de prestar atenção em quem não entende BULUFAS nenhuma do assunto! “Impossible is nothing!”

Continuemos…

Na maioria das pessoas saudáveis, com sobrepeso ou não (não confunda com obesidade), os níveis sistêmicos de cortisol são tipicamente “normais”, no entanto, um pouco acima ainda do que necessariamente eles precisariam ser. Você provavelmente terá níveis mais altos de cortisol circulando se passa por estas situações, estresse diário alto, pouco sono (dorme pouco) e faz, acredite, dieta restritiva! Ééééé… isso mesmo… se você vive fazendo dieta para perder peso, está na verdade danificando seu metabolismo, aumentando os níveis de cortisol e perdendo massa muscular. Novamente, consulte quem se propôs a estudar o assunto. (Este ponto é abordado no meu mini-curso Gratuito “Por que seu corpo acumular gorduras? Os 3 pontos chave” que te convido a fazer. Clique aqui.)

Nota: Na parte 1 deste artigo eu disse para você que a HSD1 se encontra não somente nas célula adiposas, mas em várias outras, notadamente no fígado e no cérebro. Esta pode ser a razão porque estresse crônico e exposição exagerada ao cortisol leve à problemas como diabetes (fígado – resistente à insulina) e memória. Além disto, uma alta atividade da HSD1 estimula às células adiposas à hipertrofiarem (aumentarem de tamanho) e também a sofrerem hiperplasia (aumentarem em número).

Eu poderia ficar aqui falando mais horas sobre a HSD1, sua relação com a idade, com a obesidade, etc, etc porém, já acredito que deu para você perceber que, uma atividade excessiva da HSD1 pode fazer com que níveis baixos de cortisol sejam percebidos criando uma potente sinalização para o acúmulo de gorduras e sendo assim, obviamente, uma pequena diminuição nos níveis de atividade da HSD1 já traria resultados positivos no controle do ganho de gorduras, obesidade e todos os males que seguem.

Imagino que agora você possa estar se perguntando: “Tá Alexandre, o que eu posso fazer então?”

Antes disto, quero lhe falar que, de acordo com Shawn Talbott em seu livro The Cortisol Conection (2007), cientistas da clínica Mayo Clinic publicaram no Journal of the American Diabetes Association, suas confirmações de que o fígado juntamente com outros órgãos internos convertem cortisol inativo em cortisol ativo em um proporção IGUAL ou MAIOR do que a produção pelas suas glândulas Adrenais. Ou seja, você decidiu virar um monge, gerenciar ao máximo seu estresse diário e mesmo assim você ainda poderia estar sendo “exposto” ao cortisol em excesso porque seu fígado e células adiposas estariam produzindo por conta própria!!!


E tem quem insista que ganhar gorduras é uma questão simples… Afff ! Vou nem comentar… Ainda citando informações da obra de Talbott, em uma série de experimentos da Universidade de Harvard, da Fundação Britânica do Coração, da empresa Farmacêutica Merck, e de uma empresa de biotecnologia Sueca, a hiperatividade da HSD1 não foi somente relacionada como causa de obesidade e diabetes mas também, foi observado que reduzindo-se sua atividade demonstrou-se reduzir a gordura abdominal, mesmo com uma dieta alta em gorduras e calorias…

É notório a influência da HSD1. Como também acredito ser nem tão notório assim para algumas pessoas que, uma vez descoberta estas informações, as indústrias irão produzir remédios para combater isto. Não sou contra tratamentos que envolvam remédios porém, novamente, se você treinar musculação – exercícios físicos com um bom personal trainer e e fizer uma nutrição inteligente, você obterá ÓTIMOS resultados na saúde e na estética sem precisar recorrer a remédios… Fica aí a minha dica! 😉

Prossigamos… O que podemos fazer então??

Certo, depois deste pequeno relato sobre a HSD1, o que você pode fazer para influenciar sua atividade visto que, mesmo um pequeno decréscimo em sua atividade já resulta em menos gordura acumulada?

Cientistas dinamarqueses descobriram que níveis mais altos de GH, hormônio de crescimento, estão associados com uma atividade reduzida da HSD1. Sua presença influencia a atividade da HSD1. Estou falando para você tomar GH?? De jeito nenhum!! O que quero lhe contar é que ao se treinar, você tem uma liberação aumentada de GH, o qual também tem uma importante secreção quando você tem um Sono adequado… Você precisa descansar.

A influência do GH na atividade da HSD1 varia de 10 a 46%! Além disto outros hormônios como os hormônios sexuais também tem um importante papel na atividade da HSD1. E como você pode estimular a produção destes hormônios? Adivinhe?? Musculação, aeróbios inteligente e nutrição inteligente!

Por isto musculação é lindo!! rsrsrs… Te deixa mais bonito(a) e saudável! Tudo ao mesmo tempo! 😉

Já foi observado que em ratos que após a indução da hiperatividade da HSD1 eles ganham peso e gordura abdominal, mesmo com uma dieta pobre em gorduras e calorias. Em humanos também foi observado o mesmo efeito devido à alta atividade da HSD1.

A atividade da HSD1 pode ser artificialmente “desligada” através de drogas sintéticas, remédios, o que eu verdadeiramente não sou a favor a menos que seja o último recurso. Agora, existe uma outra forma, NATURAL, de amenizar a atividade da HSD1 e provocar o mesmo efeito. Esta outra forma é através da ingestão de componentes de algumas frutas, vegetais e ervas: Os Flavonoides.

Você irá encontrar flavonoides em alimentos como por exemplo maçãs, cebolas, toranjas, brócolis. No brócolis, nas maçãs e cebolas você encontra a quercetina. Na Toranja (é isto mesmo, toranja) você encontra a naringenina. Também há em alimentos como a soja.

Agora, o tipo mais potente de flavonoide para balancear a atividade da HSD1 são as flavonas polimetoxiladas (tangeritina, sinensetina, nobiletina). Eles chegam ser de 3 a 5 vezes mais potentes do que outras flavonoides e são encontradas em cascas de frutas cítricas como as laranjas (agora não é Toranja), por isto a razão de certos suplementos com extrato de laranja ajudarem no processo de emagrecimento, obviamente que associado a uma dieta balanceada.

Existem outras ervas que também possuem flavonoides e que atuam na atividade da HSD1 porém, com efeitos colaterais a longo prazo, por isto não citarei aqui. Consumir um pouco mais de maçãs, cebolas, brócolis, toranjas, laranjas, não serão problema e estes alimentos são relativamente fáceis de conseguir.

Sempre converso com meu alunos para consumirem a fruta inteira (no caso da laranja o suco e bagaço) ao invés de beberem suas calorias. Desta forma você aproveita as fibras e os nutrientes que são perdidos com o processamento e também ingere menos calorias e se sente mais satisfeito, principalmente se está no objetivo de emagrecer e perder gorduras. 🙂

Vou terminando por aqui desejando sucesso a você nos seus objetivos!

Treine forte e alcance sucesso!

Um grande abraço,

MaisMusculacao.net



Referências:

  • The Cortisol Connection- Why stress makes you fat and ruins your health and what can you do about it- Shawn Talbott, PH.D. 2ª edição- Hunter House Publishers.
  • Black, P. H. “The inflammatory Consequences of Psychologic Stress: Relationship to Insulin Resistance, Obesitym Atherosclerosis and Diabetes Mellitus, Type II.” Medical Hypotheses, 2006, 67(4): 879-91, E-pub 15 June 2006.
  • Toralles, M. B. P.; Jamile R. K.; Liv A. C.; Crésio A. D. A.; “The role of 11β-hydroxysteroid dehydrogenase type 1 and type 2 isoenzymes on the pathogenesis of Cushing’s syndrome”. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, vol. 20, núm. 2, 2007, pp. 104-110.
  • Bujalska, I. J.; M. Quinkler, J. W. Tomlinson, C. T. Montague, D. M. Smith, and P. M. Stewart. “Expression Profiling of 11 Beta-Hydroxysteroid Dehydrogenase Type-1 and Glucocorticoid Target Genes in Subcutaneous and Omental Human Preadypocytes.” Journal of Molecular Endocrinology. October 2006, 37(2): 327-40
  • Matos, A. F. G.; Rodrigo O. M.; Erika P. G.; “Aspectos Neuroendócrinos da Síndrome Metabólica”. Arq. Bras. Endocrinol. Metabol., volº 47 nº 4. Agosto 2003.
  • Seong-Il Kang; Hye-Sun Shin; Hee-Chul Ko2 and Se-Jae Kim1; “Effects of Sinensetin on Lipid Metabolism in Mature 3T3-L1 Adipocytes”. Phytother. Res. 27: 131–134 (2013)
  • Katarzyna Zygmunt, Brandon Faubert, Jordan MacNeil, Evangelia Tsiani. “Naringenin, a citrus flavonoid, increases muscle cell glucose uptake via AMPK”. Biochemical and Biophysical Research Communications
    Volume 398, 23 jullho de 2010, páginas 178–183.

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